QUALIDADE MOSTRA O CAMINHO
(Editorial da revista Furbusiness de abril de 2003.
Este editorial fala sobre os efeitos da globalização sobre
o mercado de peles: competição feroz entre os novos produtores
e os produtores tradicionais e menores margens de lucros. Conclui o
editorial com a opinião do autor sobre qual o caminho o mercado
deveria tomar para sobreviver e aumentar suas margens de lucros.)
Hoje, o potencial global para produção de bens e serviços
é maior do que jamais o foi, tanto em relação a produção quanto em relação
a demanda dos consumidores.
Novas tecnologias, barateamento dos fretes, comunicação
efetiva e a liberação do comércio internacional tem, em um pequeno espaço
de tempo, jogado grande partes do comércio mundial em uma competição
maior do que jamais foi vista.
Alguns paises tem conseguido usar esta nova ordem mundial
para desfrutar de expressivo crescimento econômico, enquanto outros
tem tido grandes problemas em redirecionar os trabalhos que foram perdidos
nas industrias tradicionais.
Nós estamos em um processo de transformação de proporções
históricas, um processo que num pequeno período criou vencedores e perdedores
mas, que no longo prazo, irá beneficiar a todos. Dentro de um considerável
número de negócios, o processo de transformação tem criado uma competição
feroz porque a capacidade de produção dos "velhos países" não declinou
a mesma taxa em que ela aumentou nos "novos países". Em outras palavras,
é fácil de se produzir bens o problema é para vende-los. No comércio
de peles está ocorrendo o mesmo.
Hoje, a China é de longe o país líder em curtimento e
manufatura de peles. Ao mesmo tempo é considerável a demanda por casacos
de peles entre os chineses. Os tipos mais exclusivos de peles como mink
e raposas são, entretanto, ainda produzidas nos "velhos países".
A competição é dura dentro das cadeias individuais de
produção de peles. Os produtores de peles e as casas de leilões - os
dois primeiros elos da cadeia - estão sofrendo com a inflação de seus
países o que significa maiores custos de produção. Isto combinado com
a exportação para um país caracterizado por significante crescimento
econômico e alto potencial para segurar a inflação é uma dura mistura,
que é financialmente viável somente se os criadores e as casas de leilões
forem capazes de aumentar continuamente e substancialmente suas produções
.
Ao mesmo tempo o próximo elo de produção - comerciantes,
curtidores e fabricantes - estão competindo pesadamente pois as margens
de lucro estão pequenas e que, por este motivo, leva a operações em
larga escala e aumento da concentração.
Nós estamos em um negócio onde o canibalismo - o menores
são engolidos pelos maiores - é a chave para a sobrevivência no curto
prazo.
O consumidor pode desfrutar do fato de que a participação
da matéria prima fica em torno de 60 por cento do preço de um casaco
na China e em torno de 40-50 por cento do preço em mercados mais tradicionais.
Esta é uma margem excepcional comparada com o resto da indústria da
moda e indica claramente que o negócio de peles está passando por mudanças
fundamentais.
É obvio que todos, no comércio de peles, gostaríamos de
maiores margens de lucros. Alguns negligenciam na matéria prima e designer
enquanto outros tentam aumentar a qualidade e os esforços de publicidade.
Não há dúvida de que aumentar a qualidade dos produtos
de peles e focar em publicidade é o único meio.
Este é o motivo porque as recentes matérias da Furbusiness
Magazine tem devotado espaço para artigos sobre organizações internacionais
de comércio que, a primeira vista, podem parecer estar competindo, mas
na realidade estão lutando pela mesma causa - aumentar o valor dos produtos
de peles.
Este artigo da Furbusiness Magazine conclui a série de
retratos sobre organizações de comércio com um artigo sobre Edward Brennan
e a American Legend (este artigo será traduzido e publicado futuramente),
uma empresa que tem conduzido uma única, notável e visionária campanha
publicitária sobre peles, estipulando exclusividade das peles.